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terça-feira, 9 de junho de 2009

Watsu, técnica terapêutica realizada na piscina





Originária do zen shiatsu, a técnica é feita em uma piscina aquecida e alivia tensões, além de poder complementar tratamentos de saúde

A palavra watsu resulta da combinação dos termos water (água, em inglês) e shiatsu (terapia oriental que busca o reequilíbrio físico e energético). Por aí dá para perceber que se trata de uma técnica que traz tranqüilidade a quem a pratica. Desenvolvida nos anos 80 pelo norteamericano Harold Dull, instrutor especializado em zen shiatsu, agora ela está cada vez mais em alta. Dull percebeu grandes benefícios quando a massagem era aplicada em água quente em vez de no solo ou na maca. 


A primeira boa sensação vem do contato com a água, sempre na casa dos 35oC. Nesta temperatura agradável, a circulação aumenta - diminuindo as dores -, os tecidos tornam-se mais flexíveis e ampliam- se os movimentos, já que as fibras musculares adquirem elasticidade. Assim, são alcançadas posturas que fora da piscina não seriam possíveis. "Na água, com a falta de gravidade, os músculos também relaxam profundamente. E, com toques leves, feitos somente por quem está aplicando, não sobra o menor sinal de tensão", explica Marcelo Roque (SP), fisioterapeuta da escola Watsu Brasil. As pessoas se soltam tanto, que muitas acabam dormindo e despertam totalmente renovadas. 


O método, todavia, vai bem além do relaxamento. Segundo os especialistas, a água quente, por exemplo, remete à gestação, o que faz com que o indivíduo sinta-se de novo acolhido pela barriga da mãe. "Assim, aos poucos, as pessoas se permitem entrar no campo mental e emocional e adquirem com isso condições de lidar com situações mal resolvidas interiormente. É um trabalho profundo, que desenvolve o crescimento pessoal e melhora a qualidade de vida", diz o professor Antonio Maria Acosta, da academia Watsu Center Brasil. 


Todos estes benefícios, no entanto, não são sentidos em apenas uma única aula. Os terapeutas sugerem várias sessões para que se tire o máximo proveito da técnica aquática. 


Antes de se iniciar no watsu, a pessoa passa por uma anamnese, uma entrevista onde relata suas queixas. O principal objetivo da conversa é o especialista conhecer mais a fundo seu paciente. O passo seguinte é levar a pessoa para dentro d'água, onde ela mostrará seus limites. Só a partir daí começa o tratamento.


As sessões duram uma hora, aproximadamente, podendo chegar até ao dobro do tempo. Durante todo o período não há qualquer comunicação verbal; o que impera é a linguagem corporal. O mestre realiza os movimentos com o paciente praticamente no colo, sendo que uma das mãos está sempre dando sustentação para a cabeça. "É necessário existir confiança e entrega total entre os dois. Só assim é possível aproveitar integralmente o watsu. No entanto, muitas pessoas não conseguem relaxar até criar uma certa intimidade com quem está aplicando", confessa Marcelo Roque. 


Os movimentos nada mais são do que exercícios suaves de alongamento por todo o corpo, realizados de acordo com as possibilidades de cada um - nunca com a intenção de superar marcas. Pelo fato de os músculos estarem mais elásticos, o risco de lesões é pequeno. Mas é importante que o terapeuta conheça bem o corpo humano e seu funcionamento para atuar de maneira precisa. 


A respiração também merece atenção especial. Afinal, desde o início da sessão, o terapeuta deve acompanhar o ritmo do paciente, como se fossem uma só pessoa. É esta respiração, aliás, que irá determinar o fluxo dos movimentos. 


Com isso, a lista de benefícios cresce: o folego melhora, há o desbloqueio das articulações e a normalização da energia, geralmente obstruída pelas tensões do dia-a-dia. De acordo com os especialistas, o método é positivo inclusive para quem o aplica, já que funciona como uma espécie de meditação profunda. 


Um alívio para muitos males


Veja a seguir de que maneira essa espécie de 'shiatsu na água' pode agir como coadjuvante no tratamento de diversos problemas de saúde.



 O watsu não tem o propósito da cura. De acordo com o professor Acosta, no caso da dor, o intuito não é acabar com ela, mas sim fazer com que diminua, tornando-se adequado aos portadores de fibromialgia.



 
Por fazer parte da hidroterapia, ajuda na reabilitação física e no póscirurgia ortopédica. Muitos fisioterapeutas já enxergam o método como forma auxiliar ao acompanhamento médico, principalmente pela possibilidade do trabalho com alongamento.


 
Pacientes com distúrbios neurológicos têm musculatura enrijecida. Neles, o movimento e a água quente agem como um 'santo remédio'.


É eficaz no combate de stress, enxaqueca, insônia e indisposição por ajudar a controlar a ansiedade.


 
Bebês, crianças hiperativas e gestantes também encontram no método um momento de descanso e prazer.
Excelente alternativa para as estruturas travadas dos idosos. Revitaliza o corpo e é um conforto para a alma, pois o terapeuta, literalmente, dá colo aos alunos, trabalhando a segurança e a auto-estima. 


 
A técnica tem se revelado ainda uma grande parceira dos tratamentos psicológicos. "Trabalhamos o medo de água, do contato, da entrega e outros traumas", afirma Roque.



A temperatura agradável, os delicados movimentos e a troca de energia parecem trazer realmente mais saúde ao indivíduo. Uma única contra-indicação, porém, precisa ser destacada: devem evitar o watsu pessoas que não possam entrar em piscinas de água quente e lá permanecer pelo tempo da sessão, como é o caso daquelas com pressão alta.


Fonte: Revista Viva Saúde

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